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Foto do escritorCentro Brasileiro de Apoio Nutricional

Médico afirma que glúten pode causar até 200 doenças

Deixar o organismo se curar sozinho é uma das possibilidades que o cardiologista e nutrólogo Sérgio Puppin adota como conduta diante de alguns casos apresentados a ele por seus pacientes. Em sua palestra durante a terceira edição do Congresso Internacional Nutrição Especializada e Expo sem Glúten (COINE), sediado no Rio de 24 a 26 de abril, ele afirmou, ainda, que muitas vezes pede apenas para que o paciente retire o glúten da dieta por no mínimo três semanas, e “pronto”: descobre-se onde estava o problema.

Mas para entender que a proteína do trigo poderia ser um mal, Puppin entrou em conflito com o que ele próprio aprendeu durante sua formação. Foi após palestra que ele assistiu, quase a contragosto, de um dos maiores especialistas no tema, Thomas O’Bryan, que teve que dar o braço a torcer e começar a encarar o glúten como o “camaleão das doenças”, título da sua palestra no evento.

A imagem foi usada duranta a palestra de Puppin para ilustrar a capacidade que o glúten tem de se camuflar em diversos sintomas.

O que preocupa o médico é a dificuldade ainda existente em se diagnosticar a doença celíaca. Ele conta que a cada 133 americanos, um sofre com mal, mas apenas 3% são diagnosticados. Apesar do avanço tecnológico, Puppin ressalta que os resultados dos exames não são fidedignos, e que o mais importante é ter “faro clínico” para saber a hora de indicar uma dieta sem os cereais que contém a proteína, como o trigo, a cevada, o centeio e a aveia.

Apesar de algumas pessoas apresentarem sintomas mais agudos da alergia ao glúten, outras são apenas intolerantes e podem não relatar queixas, mas o cardiologista atenta que dois terços dos sintomas da intolerância ficam invisíveis, apesar de estarem silenciosamente estressando o organismo.

“Além das manifestações gastrointestinais, 40% das ataxias, (doença neurológica que compromete a coordenação e movimentos musculares) podem estar relacionados ao consumo do glúten, mesmo em pessoas não portadoras da doença celíaca, por causa do poder inflamatório da proteína”, explica Puppin.

O médico, que falava para uma plateia de nutricionistas e profissionais da área, afirmou que, quando o problema de um paciente parece ser obscuro, “tente a retirada do glúten, pois é o que pode estar por trás de sintomas diversos”.

Variar e estar atento aos nutrientes é o mais importante para uma dieta sem glúten seja benéfica, alerta a nutricionista Tatiana Abrantes

Para Tatiana Abrantes, que também palestrou no evento, tirar os cereais com glúten da alimentação é primordial para os intolerantes e celíacos, mas não adianta ser apenas sem glúten, tem que ser nutritivo. A nutricionista foi incisiva: uma dieta livre de glúten, mas sem orientação adequada, pode ser rica em conservantes, gorduras trans e com baixo teor de fibras.

“Não adianta apenas ver que o produto é sem glúten, tem que ler o rótulo. Se a embalagem não está clara e não for possível ler o que tem nos ingredientes, não coma”, ressaltou. “É preciso que o intolerante ao glúten ou celíaco procure acompanhamento profissional e prepare mais seus alimentos em casa, variando na escolha dos substitutos. Respeitando a individualidade de cada um, é bom lembrar do arroz, das leguminosas, ovos, batata yacon, leite de cereais, quinoa”, explica Tatiana, acerca da importância de manter uma alimentação variada e rica em nutrientes.

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